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14 nov

Ex-presidente do INSS recebia R$ 250 mil por mês em propinas, aponta PF

Ex-presidente do INSS recebia R$ 250 mil por mês em propinas, aponta PF

O ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Alessandro Stefanutto, preso nesta quinta-feira (13/11), é suspeito de receber até R$ 250 mil mensais em propinas pagas por uma organização criminosa que fraudava descontos em benefícios de aposentados e pensionistas. A investigação, feita pela Polícia Federal (PF) em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), aponta que o grupo operava por meio da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), conveniada ao INSS.

Segundo a PF, a Conafer deveria oferecer serviços a aposentados mediante autorização formal, mas as assinaturas eram falsificadas para permitir descontos indevidos em folha de pagamento. Entre 2017 e 2023, somente por meio do órgão, os investigadores estimam um desvio de mais de R$ 640 milhões. Considerando todas as organizações envolvidas, o rombo pode ultrapassar R$ 6,3 biilhões.

A defesa de Stefanutto, porém, afirma que a prisão é “completamente ilegal”. Em nota ao Correio, os advogados disseram que ainda não tiveram acesso ao teor da decisão que levou à detenção, além de que Alessandro sempre colaborou com a autoridades e não tem causado nenhum tipo de embaraço à apuração. “Ele segue confiante, diante dos fatos, de que comprovará sua inocência ao final dos procedimentos relacionados ao caso”, disse. 

Entre os materiais que reforçam as suspeitas de que Stefanutto era uma peça-chave na manutenção do esquema estão as mensagens interceptadas, planilhas apreendidas e registros de repasses sem comprovação de filiação. Além disso, parte dos pagamentos de propina, segundo a PF, teria sido feita por empresas de fachada e até por uma pizzaria. 

As investigações também incluem o ex-ministro da Previdência Ahmed Mohamad Oliveira, conhecido como José Carlos Oliveira, que comandou a pasta durante o governo de Jair Bolsonaro. Ahmed é apontado como um dos pilares institucionais do esquema e recebeu vantagens indevidas para liberar repasses irregulares à Conafer. O Correio também tenta contato com a defesa de Oliveira. Em caso de manifestação, o conteúdo será atualizado.

Uma planilha de fevereira de 2023 indica o pagamento de R$ 100 mil a “São Paulo Yasser”, apelido que era usado por Ahmed. Mensagens de Whatsapp obtidas pela investigação mostram o ex-ministro agradecendo por transferências recebidas. 

Como diretor de benefícios do INSS, Ahmed também teria autorizado o desbloqueio e repasse de R$ 15,3 milhões à Conafer, sem comprovação de filiações exigidas pelo Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a entidade e o INSS. A decisão permitiu a reativação e ampliação das fraudes, alcançando mais de 650 mil benefícios previdenciários.

(crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Correio Braziliense

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