Brasil
06 maio

APER debate impactos do fluxo reverso de energia em audiência pública na Câmara dos Deputados

APER debate impactos do fluxo reverso de energia em audiência pública na Câmara dos Deputados

A Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados realizou, nesta terça-feira (6), uma audiência pública para debater os impactos da injeção de energia excedente na rede elétrica — o chamado fluxo reverso — proveniente da geração distribuída por meio de painéis solares instalados em telhados. A APER – Associação Potiguar de Energias Renováveis estava presente, juntamente com dezenas de entidades e associações ligadas à geração distribuída.
O debate foi solicitado pelo deputado Lafayette de Andrada (Republicanos – MG) e aconteceu no plenário 5 da Câmara. Segundo o parlamentar, as distribuidoras de energia vêm justificando a necessidade de alterações regulatórias e tarifárias com base no aumento do fluxo reverso. No entanto, ele alerta que “não foi apresentado qualquer estudo técnico público e transparente que comprove a existência ou a extensão desse fenômeno”.
Lafayette destaca ainda que a micro e minigeração distribuída representam hoje um dos segmentos que mais geram empregos e renda de forma descentralizada no Brasil, com impacto significativo, sobretudo, em regiões interioranas e comunidades afastadas dos grandes centros urbanos.
A audiência teve como objetivo principal esclarecer os impactos técnicos e econômicos da suposta inversão de fluxo nas redes de distribuição, além de discutir alternativas regulatórias que promovam o equilíbrio entre a expansão da geração distribuída e a sustentabilidade do sistema elétrico.
“Foi um momento de uma ótima discussão, que ficou pautado e haverá algumas reuniões para discutir esse questionamento do fluxo reverso. Sabemos que a questão não é técnica, existe uma questão aí realmente de avanço da própria geração distribuída, que é chamada GD e que as associações estão atentas a esse processo, então isso é muito importante. A audiência contou com uma presença maciça de associações do Brasil inteiro e, sem dúvida, foi de extrema importância”, afirmou Williman Oliveira, presidente da APER.
Estiveram presentes representantes de diversas entidades e associações ligadas à geração distribuída, como o Movimento Solar Livre, APER, APB Solar, ABGD, ABS, FMGD, FPGD, FGGD, FMAGD, FGGD, FTOGD e FPGD, entre outras. Essas organizações criticam resoluções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que segundo elas, têm inviabilizado a expansão da fonte ao impor condições consideradas desfavoráveis e que extrapolam as exigências previstas no marco legal do setor.
Por outro lado, também participaram da discussão entidades como a Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) e a própria Aneel, que defenderam a necessidade de adaptação do sistema elétrico para evitar possíveis sobrecargas. A Aneel foi representada pelo gerente da instituição, em nome de seu presidente.
No final da audiência, as entidades do setor de geração distribuída (ABSOLAR, ABGD, INEL e MSL) enviaram uma carta proposta para ABRADEE pedindo a suspensão imediata das negativas de acesso à rede elétrica para microgeração (≤75 kW), por alegada “inversão de fluxo”, sem respaldo técnico. A prática viola a Lei 14.300/2022 e a REN 1000/2021. No documento constam as propostas: 1. Suspender as negativas por inversão de fluxo; 2. Criar grupo de trabalho para reavaliar o tema e 3. Harmonizar a norma da ANEEL com a legislação federal.

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