Política
08 maio

Com apoio de Zenaide, iniciativa da Bancada Feminina revela orçamento real destinado às mulheres

Com apoio de Zenaide, iniciativa da Bancada Feminina revela orçamento real destinado às mulheres

A Bancada Feminina no Congresso Nacional implantou uma medida de controle para acompanhar, monitorar, cobrar e fiscalizar o real investimento público destinado pelo governo federal a políticas específicas de defesa da população feminina no país.

Executada com apoio da senadora Zenaide Maia (PSD-RN), Procuradora Especial da Mulher no Senado Federal, a ferramenta “Orçamento da Mulher” tem auxiliado as parlamentares no objetivo de dar transparência tanto aos gastos orçados quanto à execução destes valores com o chamado recorte de gênero, uma recomendação da ONU Mulheres, braço da Organização das Nações Unidas, desde 2011.

O relatório está na sua quarta edição, com prazo legal para ser publicado até abril. O outro marco defendido pelas deputadas federais e senadoras foi a recriação do Ministério das Mulheres, em 2023. Apesar de as mulheres representarem 51,5 % da população brasileira, conforme o mais recente Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Zenaide reiterou o quadro persistente de sub-representação por elas enfrentado nos cargos eletivos e nos espaços decisórios do poder público em geral, preocupação que pauta a atuação suprapartidária da bancada feminina no Congresso Nacional.

“O nosso trabalho é político e também de conscientização para que os funcionários do Estado brasileiro eleitos pelo povo apliquem recursos arrecadados com impostos, de fato e com eficácia, em políticas públicas voltadas para as mulheres. Isso não é gasto: é investimento em cidadania, em equidade de gênero, em combate às desigualdades, em redução da pobreza e em desenvolvimento com justiça social. Sem isso não venceremos nossas mazelas históricas”, afirmou a senadora do Rio Grande do Norte.

Exigência na lei

A iniciativa da Bancada Feminina no Congresso determinou na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021 a exigência de o Executivo federal produzir um relatório periódico, intitulado A Mulher no Orçamento. Desde 2021, portanto, o documento divulga informações sobre investimentos públicos voltados às mulheres.

Em 2024, os parlamentares foram responsáveis por inserir R$ 1,9 bilhão no Orçamento Mulher, ou seja, 11,3% dessas autorizações de gastos. Os dados são de nota técnica assinada por Rita Santos, que é consultora de Orçamento do Senado, especialista no assunto.

A metodologia para organizar o relatório foi desenvolvida pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF) do Ministério do Planejamento. No novo relatório, a SOF solicitou que cada órgão federal explicite o percentual direcionado às mulheres em cada dotação orçamentária.

A consultora assinalou que o diálogo entre a Bancada Feminina e autoridades do Ministério da Justiça e do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) para reservar recursos ao combate à violência contra a mulher foi “muito mais fácil devido à sensibilização prévia que o relatório promoveu, tanto pelo trabalho interno quanto pela mídia”. O resultado, acrescentou, foi permitir que em 2022, a Lei 14.316 destinasse pelo menos 5% do FNSP para ações de enfrentamento à violência de gênero.

“O que falta para o Orçamento Mulher se tornar realidade permanente? Comprometimento cada vez maior dos agentes políticos, do Congresso Nacional e do Poder Executivo federal. E que esse consenso se propague também para estados e municípios. Esses relatórios contribuem com dados essenciais na nossa função parlamentar”, frisou Zenaide.

A articulação da Bancada Feminina foi responsável não só pela criação do Orçamento Mulher nas LDOs desde 2021, mas pela derrubada dos vetos da Presidência da República que ocorreram a este instrumento em 2021 e 2022. “Mais do que defender, nosso papel é de cobrança política para que os recursos destinados no Orçamento Geral da União resultem num instrumento mais efetivo para interferir diretamente na realidade de muitas mulheres pobres. São brasileiras que sobrevivem a duras penas em bairros e comunidades carentes, por exemplo”, sustentou Zenaide.

Medida evolui no mundo

Segundo o relatório A Mulher no Orçamento 2021, a Austrália foi o primeiro país a realizar um orçamento sob a ótica de gênero, entre 1984 e 1996. O segundo foi a África do Sul em 1995 no bojo da reconstrução pós-apartheid e o primeiro país latino foi o México com o seu o Programa Nacional da Mulher (Pronam), em 1999. Em 2001, o então Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento das Mulheres (Unifem), que antecedeu a ONU Mulheres, lançou um programa de quatro anos com orientações para estimular os orçamentos públicos com recorte de gênero.

Em 2003, já eram mais de 50 iniciativas pelo mundo. O Fundo Monetário Internacional (FMI) reconheceu, em 2016, que mais de 80 países haviam tentado organizar seus orçamentos sensíveis a gênero, registrando entre eles Bolívia, Equador e El Salvador, na América Latina. Dois anos mais tarde, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) informava que 17 países já haviam adotado seus orçamentos sensíveis a gênero, entre eles Canadá, Chile, Alemanha, Islândia, Japão e Coréia.

Acesse abaixo os relatórios:

• Relatório de 2022 sobre o ano de 2021; https://www.gov.br/planejamento/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/outras-publicacoes-pasta/a-mulher-no-orcamento-2021.pdf
• Relatório de 2023 sobre o ano de 2022; https://www.gov.br/planejamento/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/outras-publicacoes-pasta/a-mulher-no-orcamento-2022.pdf
• Relatório de 2024 sobre o ano de 2023. https://www.gov.br/planejamento/pt-br/assuntos/orcamento/paginas/2024_05_16-_a_mulher_orcamento_2023.pdf
• Relatório de 2025 sobre o ano de 2024. https://www.gov.br/planejamento/pt-br/assuntos/orcamento/paginas/2025_05_05_1908_mulheres.pdf

Com informações da Agência Senado

PAX

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