Cresce número de pessoas idosas na graduação da UFRN

O Brasil está passando por um acelerado processo de envelhecimento populacional, e o Rio Grande do Norte acompanha essa tendência. Segundo o Censo 2022, a população brasileira com 60 anos ou mais chegou a 32,1 milhões de pessoas, o que representa 15,6% do total. No Rio Grande do Norte, o índice de envelhecimento alcançou 53,05, o maior do Nordeste, indicando que há 53 pessoas com 65 anos ou mais para cada 100 crianças de até 14 anos.
Esse cenário é resultado do aumento da expectativa de vida e da queda na taxa de fecundidade. Com mais longevidade e melhor qualidade de vida, muitos idosos têm aproveitado essa etapa para retomar projetos interrompidos, como o ingresso em cursos de graduação, redescobrindo o aprendizado como um instrumento de autonomia e realização pessoal. Esse movimento tem ganhado força em todo o país, com o crescimento da presença de pessoas idosas nas universidades.
A participação de pessoas idosas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem crescido de forma expressiva. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), o número de inscritos com 60 anos ou mais saltou de 9.950 em 2024 para 17.192 em 2025, um aumento de 72,7% em apenas um ano. Entre os 4,3 milhões de candidatos totais do exame, esse crescimento revela um interesse crescente da população idosa pela educação formal.
Essa valorização da aprendizagem ao longo da vida também se reflete no ensino superior. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o número de ingressantes com mais de 60 anos cresceu 944% nos últimos 20 anos. Em 2004, apenas 9 idosos ingressaram na graduação, número que saltou para 94 em 2024. O aumento também é expressivo entre aqueles que completaram 60 anos durante o curso: eram 37 em 2004 e chegaram a 125 em 2024.