Rio Grande do Norte
18 out

Reajuste visa sobrevivência da indústria de água mineral no RN, diz representante do setor

Reajuste visa sobrevivência da indústria de água mineral no RN, diz representante do setor

O consumidor potiguar vai sentir no bolso, a partir de 1º de novembro, o aumento no preço da água mineral. O setor justifica que o reajuste é necessário para garantir a sobrevivência das indústrias legalizadas diante da escalada de custos em toda a cadeia produtiva.

“Esse reajuste é uma correção que visa a sobrevivência de uma indústria que é um patrimônio do Estado”, afirmou Daniel Penteado, consultor executivo do Sicramirn, sindicato que representa as indústrias de água mineral do Rio Grande do Norte.

Em entrevista à TV Agora RN nesta sexta-feira, ele explicou que os custos operacionais sofreram forte pressão ao longo do ano, citando “aumento de salário mínimo, inflação acumulada ao longo do ano de 5%, combustíveis, energia elétrica e o preço dos insumos”. Segundo Daniel, há ainda um agravante: “Os garrafões são indexados no dólar porque são resinas plásticas importadas”.

Embora o sindicato não estabeleça um valor fixo, Daniel Penteado afirmou que o garrafão de 20 litros deverá oscilar entre R$ 9 e R$ 15 ao consumidor final. Em termos percentuais, a projeção é de um aumento entre 10% e 20%.

Ele destacou que a variação nos preços ocorre porque as 35 indústrias que operam no Estado possuem estruturas diferentes. “Há empresas que têm uma estrutura de custo menor, uma quantidade de funcionários menor, conseguem operar num custo de produção menor. E outras empresas que, por sua vez, têm custos maiores.”

“O aumento reflete um esforço de equilíbrio diante da elevação de custos que impactam cada elo da cadeia de uma forma diferente. Nosso compromisso é garantir que o consumidor continue recebendo um produto seguro e de excelência, dentro das normas sanitárias e ambientais exigidas”, acrescenta o presidente do Sicramirn, Joafran Nobre.

Setor com forte impacto econômico

O Rio Grande do Norte possui uma das cadeias mais consolidadas de água mineral do País, com 35 indústrias legalizadas distribuídas em várias regiões. “Nós atualmente envasamos uma média de 4 milhões de garrafões por mês”, afirmou. Esse volume impressiona, considerando que a população do Estado é de quase 3,5 milhões de habitantes. É como se cada habitante consumisse um garrafão por mês, aproximadamente.

“Há empresas que têm uma estrutura de custo menor, uma quantidade de funcionários menor, conseguem operar num custo de produção menor. E outras empresas que, por sua vez, têm custos maiores”, diz Daniel Penteado, Consultor executivo do Sicramirn.

Segundo ele, a atividade gera entre 1.000 e 1.500 empregos diretos, além de cerca de 10 mil postos indiretos, envolvendo distribuidores e revendedores. “Nós não vendemos água, nós vendemos segurança alimentar”, disse Daniel, reforçando que o diferencial do produto legalizado está no controle de qualidade.

Água potiguar é reconhecida pela qualidade

Durante a entrevista, Daniel ressaltou a excelência da água potiguar, que é captada de aquíferos naturais, sem contato humano. “Ela é captada sem nenhum contato humano. Do jeito que ela está no subsolo, ela vem para a nossa mesa. Ela é ingerida pela população sem nenhum tipo de tratamento.” Ele destacou que muitos tipos de água possuem propriedades específicas benéficas à saúde, como presença de vanádio, flúor ou cálcio.

Essa qualidade tem permitido que parte da produção seja exportada para outros estados e até regiões remotas. “A nossa água tem chegado ao Ceará, à Paraíba, a Pernambuco, a Fernando de Noronha”, afirmou.

Essa qualidade tem permitido que parte da produção seja exportada para outros estados e até regiões remotas. “A nossa água tem chegado ao Ceará, à Paraíba, a Pernambuco, a Fernando de Noronha”, afirmou.

Clandestinidade preocupa o setor

Um dos principais alertas feitos por Daniel foi contra o avanço de produtos irregulares no mercado, em especial os chamados chafarizes eletrônicos. “Hoje existem mais de 700 chafarizes no Rio Grande do Norte”, advertiu. Esses equipamentos permitem que o consumidor leve seu próprio garrafão e abasteça com água de procedência desconhecida. O consultor questiona: “Quem garante de onde essa água foi captada? Como ela é armazenada? Essa água é tratada? Ela é clorada?”

Ele foi enfático ao reforçar o risco à saúde pública: “Água é um alimento. Então, uma água muito barata, desconfia. Verifique a procedência”. Segundo ele, água legalizada é aquela que possui selo fiscal e passa por inspeções sanitárias rigorosas.

Orientações ao consumidor

Daniel também orientou os consumidores sobre como identificar um produto seguro. “Primeira questão a ser vista: procedência. Escolher onde comprar. Integridade da embalagem. Essa embalagem está lacrada?” Ele explicou que o lacre deve conter um selo fiscal, que certifica que a indústria está em dia com impostos e normas sanitárias.

Outro ponto abordado foi a validade dos garrafões e da água. “O garrafão é válido por três anos. A água contida nesse garrafão vale por seis meses”, pontuou, explicando que as embalagens passam por desgaste físico com o uso.

Quanto ao armazenamento, ele orienta que os produtos devem estar protegidos de sol, chuva e longe de substâncias químicas. Daniel Penteado chegou a comparar com outros setores: “Você já visitou seu disk água? O que adianta eu fazer um trabalho maravilhoso na base se não houver a conscientização do cara da ponta?”

Reajuste como medida de sobrevivência

O consultor reforçou que o reajuste não é motivado por ganho, mas por necessidade. “Não nos resta outra alternativa para que a gente consiga vender um produto de qualidade”, declarou. Segundo ele, o Rio Grande do Norte ainda pratica os preços mais baixos do Brasil, o que pressiona as margens das indústrias locais.

“Infelizmente, nós vendemos no Rio Grande do Norte a água mais barata do Brasil. Por que o reajuste? Porque nós precisamos sobreviver, essas indústrias precisam sobreviver.”

Apesar disso, Daniel mantém postura firme sobre o papel social do setor. “Água é uma atividade essencial à saúde da população”, afirmou. E concluiu enfatizando o compromisso do sindicato: “Nós agradecemos pela oportunidade e estamos à disposição na Federação das Indústrias. O Sicramirn é uma entidade de defesa de interesse da indústria potiguar.”

Foto: Sebrae

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