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Policial
21 ago

Ex-vice-prefeita de João Dias, Damária Jácome, é presa no Paraguai

Ex-vice-prefeita de João Dias, Damária Jácome, é presa no Paraguai

A ex-prefeita do município de João Dias Damária Jácome foi presa nesta quinta-feira (21) no Paraguai. Ela e a vereadora Leidiane Jácome, irmã dela, são suspeitas de mandar matar o prefeito Marcelo Oliveira (União Brasil) em agosto deste ano. O pai do prefeito, Sadi Oliveira, também foi assassinado.

No dia 27 de agosto de 2024, Marcelo e o pai realizavam visitas políticas no conjunto São Geraldo, quando foram surpreendidos por criminosos em dois veículos. O pai morreu no local e Marcelo foi atingido por 11 tiros, vindo a falecer após ser levado ao hospital em Catolé do Rocha, na Paraíba. O motorista Alcino Gomes sobreviveu, mesmo baleado.

Motivação do crime

De acordo com o Ministério Público, o crime teve motivação política e pessoal, sendo caracterizado como vingança. A denúncia afirma que o grupo denunciado fazia parte de uma organização criminosa com estrutura hierárquica e funções previamente definidas.

As investigações revelaram que os envolvidos planejavam não apenas o ataque que vitimou Marcelo Oliveira e seu pai, mas também um novo atentado contra a atual prefeita da cidade, Maria de Fátima Mesquita da Silva, conhecida como “Fatinha”, viúva do ex-prefeito assassinado.

As funções de cada membro, conforme descrito no inquérito, foram as seguintes:

  • Damária e Leidiane Jácome: mentoras intelectuais do plano
  • Olanir Gama da Silva: articulador do grupo
  • Francisco Emerson Lopes, Heliton Barbosa, Jadson Rolemberg e Gildivan Júnior: executores do ataque
  • Thomas Tomaz e Rubens Gama: apoio logístico e transporte
  • Weverton Batista, Everton Dantas, Carlos Claudino e Marcelo Alves (“Pastor”): responsáveis por fornecer recursos e informações estratégicas

Um dos suspeitos, Josenilson Martins da Silva, foi encontrado morto em outubro de 2024, na zona rural do município de Antônio Martins.

Desavença

Marcelo e Damária disputaram juntos a campanha eleitoral de 2020 e foram vitoriosos, ele como candidato a prefeito e ela, vice-prefeita. Ambos representavam famílias tradicionais na cidade, lideradas por Sandi Oliveira (pai de Marcelo) e Laete Jácome (pai de Damária e vereador).

A família de Laete já era investigada por crimes como o de milícia privada. Durante a campanha eleitoral de 2020, ele foi preso em flagrante por posse ilegal e receptação de armas. Damária também foi considerada foragida da polícia, na época.

Cerca de 7 meses após tomar posse do cargo, Marcelo pediu afastamento da prefeitura e Damária assumiu a gestão municipal em julho de 2021.

Em 2022, o prefeito afastado afirmou à Justiça que foi coagido pela vice-prefeita, além do pai e irmãos dela, para deixar o cargo. Em outubro daquele ano, uma decisão da desembargadora Maria Zeneide Bezerra, do Tribunal de Justiça do RN, determinou o retorno imediato de Marcelo Oliveira à prefeitura.

Em dezembro de 2022, Damária e Laete Jácome foram afastados dos cargos e tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça. À época, os dois negaram qualquer tipo de extorsão contra o então prefeito da cidade e alegaram que ele teria renunciado por motivação própria.

Segundo a polícia, a acusação de Marcelo e o retorno dele ao cargo gerou uma cisão política e pessoal entre as famílias.

Ainda de acordo com o delegado Alex Wagner, a família da vice-prefeita e da vereadora atribuía ao prefeito a morte de dois irmãos em confronto com a polícia na Bahia e a prisão de um terceiro em 2022. Eles tinham mandados de prisão abertos por tráfico de drogas.

98FM

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