bannner-geraldo
Rio Grande do Norte
08 dez

Jean Paul Prates oficializa filiação ao PDT após deixar o PT

Jean Paul Prates oficializa filiação ao PDT após deixar o PT

O ex-presidente da Petrobras e ex-senador Jean Paul Prates anunciou neste domingo sua filiação ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), após confirmar a desfiliação do Partido dos Trabalhadores, legenda na qual militou por mais de uma década. O ato de filiação será realizado na próxima sexta-feira 12, às 12h, no auditório da Arena das Dunas, em Natal, com participação de lideranças políticas, sociais e empresariais do Rio Grande do Norte, do Nordeste e de outros estados.

A mudança ocorre em meio à preparação de Prates para disputar novamente uma vaga no Senado em 2026. À CartaCapital, ele afirmou que sua saída do PT não está relacionada ao seu desligamento da Petrobras – decidido pelo presidente Lula no ano passado –, mas à perda de espaço interno no diretório potiguar.

“Fui senador, presidi a Petrobras, e ainda assim não houve consulta. Meu ponto não é buscar espaço para mim, mas defender que o processo de escolha de candidatos seja participativo, inclusive com as bases”, declarou. “Como não foi, vou-me embora para outro lugar que seja assim”.

Ele explicou que sua desfiliação segue três etapas: a despedida formal ao PT, a escolha da nova legenda (agora concretizada com o PDT) e, adiante, a discussão sobre uma eventual candidatura. Ele também voltou a comentar seu afastamento da Petrobras, atribuindo a decisão a “divergências técnicas” com os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), apesar de manter relação próxima com o presidente Lula. “Ele reconheceu em diversos momentos que eu estava certo, mas que havia uma situação política que ele precisava contemporizar”, disse.

O ex-comandante da estatal criticou o atual cenário energético do país, que classificou como “uma crise gigantesca”, marcada por disputas de influência. Também lamentou o foco da Petrobras na produção de etanol e o adiamento da entrada no mercado de energia eólica offshore. “A empresa poderia continuar avançando nesse sentido sem comprometer sua atuação no pré-sal”, avaliou.

No campo eleitoral, Prates considera Lula favorito em 2026, mas alerta para a ofensiva da oposição em lançar múltiplos candidatos. Para ele, a estratégia gera “caos cognitivo” nos debates e busca desgastar o presidente.

A ruptura com o PT já vinha sendo sinalizada. Em entrevista ao Central Agora RN, o ex-senador afirmou estar “decepcionado” com a condução interna do partido e criticou a centralização das decisões na figura do secretário-chefe do Gabinete Civil, Raimundo Alves – prática que chamou de “Raimundocracia”. Ele relembrou episódios de preterimento, como a escolha de Carlos Eduardo Alves para a disputa ao Senado em 2022. “A única cadeira que perdemos para a direita foi a de Jean para Rogério Marinho”, afirmou.

Apesar das divergências, Prates disse manter diálogo com a governadora Fátima Bezerra, mas reiterou que busca um ambiente partidário mais democrático. “Eu não vivo da política. Se um partido que eu estou não pensa dessa forma, eu talvez tenha que procurar um que pense”, concluiu.

Agora RN

Foto: José Aldenir / Agora RN

CURRAIS-NOVOS-BLOG-NOVEMBRO-JEAN-SOUZA

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WhatsApp