O 2º Seridó Cine – Na Rota do Geoparque divulgou a lista dos filmes selecionados para as duas mostras que integram a programação do evento, sendo elas a “Mostra RN” (exclusiva para curtas-metragens potiguares) e “Mostra Arretada” (com filmes dos demais estados nordestinos).
Com foco voltado para produções nordestinas, o evento itinerante percorrerá os seis municípios do Geoparque Seridó a partir de hoje (02/12) até o próximo sábado (07), promovendo o cinema regional e a cultura local.
Além de exibições de filmes, o Seridó Cine também levará exposições fotográficas às cidades que compõem o Geoparque Seridó, seguindo o calendário abaixo:
02 de dezembro (segunda-feira): Parelhas
03 de dezembro (terça-feira): Carnaúba dos Dantas
04 de dezembro (quarta-feira): Acari
05 de dezembro (quinta-feira): Currais Novos
06 de dezembro (sexta-feira): Lagoa Nova
07 de dezembro (sábado): Cerro Corá
No primeiro semestre do ano, o festival realizou oficinas formativas de cinema e fotografia nos municípios do Geoparque, cujos resultados serão apresentados ao público durante as mostras. Outro destaque da programação será o tour pelos geossítios das cidades contempladas, permitindo uma imersão na rica paisagem natural e cultural da região.
Reconhecido pela UNESCO por sua importância geológica e cultural, o Geoparque Seridó é um território de valor inestimável, com formações rochosas únicas, sítios arqueológicos, biodiversidade rica e expressões culturais marcantes. O turismo sustentável é um dos pilares do Geoparque, que atrai visitantes interessados em ecoturismo, aventura e educação ambiental, contribuindo para o desenvolvimento
O Seridó Cine integra a programação de festivais realizados pela Agência Referência, que também organiza o Curta Caicó, e tem como missão fomentar o audiovisual no interior do Rio Grande do Norte. Por meio de atividades formativas, mostras de filmes e incentivo ao turismo regional, o festival reforça o compromisso com a valorização da produção cultural e o desenvolvimento sustentável.
O 2º Seridó Cine – Na Rota do Geoparque é uma realização da Agência Referência e do Governo Federal, com patrocínio do Banco do Nordeste e apoio de FilminBrasil, Incartaz e Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Filmes selecionados
Mostra RN
A Menina que Nunca Viu o Mar – Felipe Santelli
Artesanato – De Corpo e Alma – Dedé Carnaúba e Buca Dantas
Diga Ao Povo Que Avance – Evelyn Freitas
Olho em Perfeito Silêncio para as Estrelas – Dynho Silva
Lagrimar – Paula Vanina
Uma Pisada Diferente – Na Trilha dos Caboclos de Mestre Bebé – Carito Cavalcanti e Fernando Suassuna
Mostra Arretada (Nordeste)
A Botija – Fábio Xavier
Alvará – Fernando Abreu
Era uma Noite de São João – Bruna Velden
Maré Braba – Pâmela Peregrino
Néctar do Filme – Pedro Rodrigues

As autoridades policiais divulgaram o balanço das ocorrências atendidas pelo 13º Batalhão de Polícia Militar nas últimas 24 horas. Apesar de um volume moderado de casos, algumas ocorrências chamaram atenção pela gravidade e impacto social.
1ª CIA/SEDE
Descumprimento de medida protetiva: Um indivíduo foi detido após violar uma ordem judicial que visava proteger a vítima de violência. O caso reforça a necessidade de rigor no acompanhamento dessas medidas.
Perturbação do trabalho ou do sossego alheio: Uma denúncia de som alto levou à intervenção policial, destacando a importância do respeito às normas de convivência.
2ª COMPANHIA
Acari: Um caso de violência doméstica foi registrado. A vítima recebeu assistência, e o agressor foi conduzido à delegacia para os procedimentos cabíveis.
Florânia: Nenhuma ocorrência registrada.
São Vicente: Sem alterações (S/A).
3ª COMPANHIA
Lagoa Nova: Sem alterações.
Bodó: Sem alterações.
Cerro Corá: Uma tragédia marcou a cidade com o registro de um suicídio. As autoridades estão investigando o caso.
Tenente Laurentino Cruz: Sem alterações.
O destaque negativo foi o caso de suicídio em Cerro Corá, que alerta para a necessidade de mais atenção à saúde mental. As ocorrências de violência doméstica e descumprimento de medidas protetivas reforçam a urgência de medidas preventivas e apoio às vítimas.
As forças de segurança continuam vigilantes, mantendo esforços para garantir a ordem pública e a segurança da população.
Repórter Seridó
A expectativa de vida do brasileiro subiu para 76,4 anos, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicados na última sexta-feira (29).
Os dados foram publicados no Diário Oficial da União e são referentes a 2023. Para o cálculo, é usada a média de ambos os sexos.
O número mostra uma retomada na alta da expectativa de vida desde a pandemia da Covid-19. Antes da crise o índice era de 76,2 anos. Depois, o número seguiu em queda:
- Em 2020, início da pandemia, caiu para 74,8 anos.
- No ano seguinte, sofreu mais uma queda, ficando em 72,8 anos.
- Com o fim da pandemia, subiu para 75,5 anos, mas ainda se manteve abaixo do índice antes da crise.

Os locais de prova do concurso TSE Unificado foram disponibilizados para consulta nesta sexta-feira, 29. Os 637.628 candidatos já podem verificar os endereços, salas e horários da aplicação.
A consulta deve ser feita pelo site do Cebraspe, organizador do concurso, por meio do número do CPF usado para inscrição.
Consulte o local de prova do concurso aqui!
As provas do concurso unificado da Justiça Eleitoral serão realizadas no dia 8 de dezembro em todo o país. A aplicação ocorrerá em turnos diferentes, a depender do cargo em disputa:
- turno da manhã: provas objetivas e discursivas para analista judiciário; e
- turno da tarde: provas objetivas para técnico judiciário.
No turno da manhã, os portões serão abertos às 7h e serão fechados às 8h. As provas terão duração de quatro horas e meia, das 8h30 às 13h, no horário de Brasília DF.

O Rio Grande do Norte tem registrado um crescimento expressivo na produção de culturas exóticas, com aumento estimado em 400% nos últimos cinco anos, de acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (SAPE). Entre os cultivos que estão ganhando força estão o eucalipto, cacau, coco, maracujá e açaí, impulsionados pela diversificação agrícola e pela crescente demanda de mercado.
O fortalecimento desse setor conta com iniciativas como o Ecossistema Local de Inovação do Agronegócio (ELI Agro), promovido pelo Sebrae-RN. Segundo Elton Alves, gestor da área de culturas exóticas do Sebrae, a estratégia tem sido essencial para ampliar o conhecimento sobre essas culturas e integrar novos produtores ao mercado.
O avanço demonstra o potencial do Rio Grande do Norte como um polo para culturas alternativas, diversificando o agronegócio local e contribuindo para o desenvolvimento econômico do estado.

foto:Reprodução
A bandeira tarifária para o mês de dezembro será verde, sem cobrança extra na conta de luz. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a mudança foi possível graças à “expressiva melhora das condições de geração de energia” no país.
“Nas últimas semanas, o período chuvoso mais intenso favoreceu a geração de energia hidrelétrica, com custo de geração inferior ao de fontes termelétricas – acionada mais frequentemente quando os níveis dos reservatórios estão baixos”, explica a Aneel.
Neste ano, a falta de chuva fez com que a Aneel acionasse a bandeira tarifária vermelha patamar 1 em setembro e a vermelha patamar 2 em outubro. Em novembro, foi acionada a bandeira tarifária amarela, com cobrança adicional de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos.
Criado em 2015 pela Aneel, o sistema de bandeiras tarifárias reflete os custos variáveis da geração de energia elétrica. Divididas em níveis, as bandeiras indicam quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional gerar a energia usada nas casas, em estabelecimentos comerciais e nas indústrias, considerando fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis, bem como o acionamento de fontes de geração mais caras como as termelétricas.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Os índices de escolarização pioraram no Rio Grande do Norte e na maioria dos Estados mesmo com o aumento de gastos pelo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).
Foram 17 unidades da Federação com alta nas despesas pela iniciativa em 2023 ante 2022. Desses, entre eles o RN, 13 elevaram a proporção de pessoas de 15 a 17 anos fora da escola no período.
Gastos com Fundeb x escolarização
No RN, os gastos com o Fundeb passaram de R$ 4,2 bilhões em 2022 para R$ 4,3 bilhões em 2023. Um aumento de 2,8%. Apesar disso, o percentual de jovens de 15 a 17 anos fora da escola saltou de 5,7% para 7,2% no mesmo período. Os dados da reportagem do Poder 360 são do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Fundeb é a sigla para Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. Serve para financiar as redes públicas de ensino, desde o infantil até o ensino médio.
Os valores desembolsados para cada Estado foram enviados ao Poder360 pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, autarquia do governo, e corrigidos pela inflação. Os dados de escolarização são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
ENSINO FUNDAMENTAL
A reportagem do Poder360 também comparou os gastos do Fundeb com a proporção de pessoas de 6 a 14 anos fora da escola, faixa etária típica de alunos do ensino fundamental.
Fundeb é a sigla para Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. Serve para financiar as redes públicas de ensino, desde o infantil até o ensino médio.
Os valores desembolsados para cada Estado foram enviados ao Poder360 pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, autarquia do governo, e corrigidos pela inflação. Os dados de escolarização são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
ENSINO FUNDAMENTAL
A reportagem do Poder360 também comparou os gastos do Fundeb com a proporção de pessoas de 6 a 14 anos fora da escola, faixa etária típica de alunos do ensino fundamental.
No Rio Grande do Norte, o gasto aumentou 2,8% e o percentual de jovens de 6 a 14 anos fora da escola cresceu de 0,5% para 0,9%.
Os índices de escolarização para a faixa de 6 a 14 anos historicamente são inferiores aos dos adolescentes de 15 a 17.

Foto: reprodução
Um grupo com nove procuradores começa, nesta segunda-feira (2), a analisar o inquérito da Polícia Federal (PF) que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado.
A Procuradoria Geral da República (PGR) recebeu há seis dias o documento enviado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Agora, cabe à instituição decidir se Bolsonaro e os demais investigados serão denunciados pelos crimes de organização criminosa, abolição do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. Além do ex-presidente, antigos ministros do seu governo e militares indiciados pela PF.
Em um fórum jurídico em Lisboa na última sexta-feira (29), Paulo Gonet, procurador-geral da República, disse à CNN que o caso precisa de um “estudo mais aprofundado”, e que a resposta provavelmente não será divulgada este ano, mas em 2025.
O que acontece agora
Os inquéritos ainda precisam passar por algumas etapas até serem finalizados — e talvez chegarem a uma condenação ou absolvição.
Uma vez que a PF finaliza o inquérito, o relatório é encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, por sua vez, o direciona à Procuradoria-Geral da República (PGR).
O caso do ex-presidente se encontra nessa fase.
Há três caminhos que a Procuradoria pode seguir com o caso em mãos: enviar uma denúncia, pedir por mais investigações ou arquivá-lo.
Caso uma denúncia contra o ex-presidente seja enviada antes da data do seu aniversário, em 21 de março de 2025 — quando ele completa 70 anos — Bolsonaro pode perder um benefício que permitiria diminuir o período de prescrição dos crimes pelos quais é indiciado.
De forma geral, a prescrição de um crime é definida como a extinção do poder do Estado de sentenciar ou punir um cidadão.
Próximos passos
A prescrição penal só aconteceria após uma eventual sentença ser determinada pela Justiça, o que ainda levaria alguns passos:
- PF envia relatório com o indiciamento ao STF
- STF manda relatório para PGR
- PGR denuncia
- STF julga o recebimento da denúncia e deve decidir por abrir ação penal
- Ação penal é instruída
- Ação penal vai a julgamento (condenação ou absolvição)
Até a data de publicação desta matéria, o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro foi entregue pelo STF à PGR.
CNN Brasil

Foto: Ana Silva
Em dez anos, o Rio Grande do Norte registrou um crescimento de 98,3% nos casos de infecção pelo HIV, o vírus causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). Entre 2013 e 2023, foram 9.109 diagnósticos, 1.216 em gestantes e 1.230 crianças expostas ao vírus. Por outro lado, houve redução de 22,6% no número de pessoas infectadas que desenvolveram a Aids. Foram 6.575 casos, com 36 menores de cinco anos. No período, 1.436 pessoas morreram em decorrência da doença. Para a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap/RN), a redução aponta para o sucesso nas ações de tratamentos e de testagens, mas o aumento dos diagnósticos ainda é preocupante.
Neste 1º de dezembro, comemora-se o Dia Mundial de Combate à Aids, cuja principal via de transmissão, no período analisado pela Sesap/RN, foi a sexual em 57,3% dos casos. A subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica, Lais Silva, diz que para reduzir a escalada de pessoas infectadas, a prevenção é a forma mais eficiente, seja pela barreira física com o uso de preservativos, ou com tratamentos, como a Profilaxia de Pré-exposição ao HIV (PrEP) e a PEP (Profilaxia de Pós-exposição). “A PrEP é um serviço eletivo que, inicialmente, não era para uso de todos os públicos, hoje já é indicada para todas as pessoas. E a gente também tem a multiplicação dos lugares onde o serviço é oferecido, passando de dois para 20”, explica.
Essa estratégia consiste na utilização diária e contínua de antirretrovirais por pessoas sexualmente ativas não infectadas, que apresentem contextos de risco aumentado de adquirir o HIV e que tenham 15 anos ou mais, com peso corporal igual ou superior a 35 kg. Também existe a PrEP sob demanda, que é indicada somente para homens cisgêneros e pessoas trans designadas como sexo masculino ao nascer que não estejam em uso de hormônios à base de estradiol.
Outra medida de prevenção é a PEP, para casos de urgência à infecção pelo HIV, às hepatites virais e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis – ISTs. Consiste no uso de medicamentos, com início entre duas e 72 horas da exposição, para reduzir o risco de adquirir essas infecções.
Somente em 2023, foram identificados 1.156 casos de infecção pelo HIV no RN, um aumento de 18,6% em relação a 2022. As maiores taxas de registros, que considera a quantidade de casos por 100 mil habitantes, ocorreram na 2ª região de saúde, a de Mossoró (23,6 casos por 100 mil habitantes) e na 8ª região de saúde, a de Assu (18,4 casos por 100 mil habitantes). Dos 167 municípios, 78 (46,7%) registraram casos de aids (Anexo A).
Outro dado que chama a atenção é o aumento de 104,1% de gestantes com HIV desde 2013. No comparativo do ano passado com 2022, o crescimento foi de 8,6%. “A gente atribui ao fato de que a testagem em gestantes é obrigatória, logo, identifica-se mais”, justifica Laís Silva.
Nos últimos dez anos, foram registradas 54 crianças com Aids (menores de 13 anos), no estado. Dessas, 36 (66,7%) foram diagnosticadas antes dos cinco anos de idade. As principais formas de transmissão nesses casos são por via transplacentária ou pelo leite materno da mãe infectada. Em 2023 e até outubro de 2024 não houve registro de casos de HIV nem de Aids em crianças no RN.
Menos pacientes com Aids
A testagem e as estratégias para evitar que as pessoas morram de Aids têm funcionado na visão da Sesap/RN, uma vez que constata a redução da quantidade de pessoas diagnosticadas com o HIV, mas que não desenvolveram a doença. “A gente está detectando pessoas com vírus, mas sem que a doença esteja manifestada ou com sintomas iniciais. Quanto mais detecção por HIV a gente tiver, significa que as nossas ações de vigilância elas estão sendo efetivas”, pondera a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesap/RN, Lais Silva.
De acordo com dados do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM), o RN possui, atualmente, cerca de 13.309 pacientes realizando tratamento para HIV/Aids em 14 Serviços de Atenção Especializada (SAE) localizados nos municípios de Natal, Parnamirim, Macaíba, São Gonçalo do Amarante, São José de Mipibu, Santa Cruz, São Paulo do Potengi, Caicó, Mossoró e Pau-dos-Ferros.
Seminário discute assistência a pessoas com HIV
Durante o Dezembro Vermelho, mês de luta contra a Aids, HIV e outras ISTs, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) por meio do Programa de IST/Aids e Hepatites Virais recomenda que as Regiões de Saúde e Secretarias Municipais de Saúde realizem ações direcionadas à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento precoce das IST. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o Grupo de Estudos e Pesquisa em Enfermagem Baseada em Evidências (Gepebe), do Centro de Ciências da Saúde (CCS), realizou o evento “Seminário Saúde sem Estigma: Inovações e Tendências do Cuidado de Enfermagem em HIV/Aids”, para debater a temática com alunos do curso de enfermagem e profissionais da área.
A pesquisadora do Gepebe, Luzia Cibele, destacou que nos estudos sobre o público infectado, há um paradoxo. “Pessoas entre 15 a 24 anos continuam se infectando muito, o que é um paradoxo porque é um público imerso em tecnologia, em internet, que tem todas as informações e ainda assim não consegue se prevenir de maneira adequada”, aponta.
Para ela, com as estratégias do PrEP e da PEP, que são integrantes da prevenção combinada, é preciso que os governos enfatizem que existe a prevenção, o tratamento e o teste. “Primeiramente, a educação e a conscientização sobre a infecção pela doença. Pode se notar que mal se vê propagandas na TV, por exemplo, sobre usar camisinha”, alerta a pesquisadora.
Além disso, é preciso conscientizar sobre o preconceito que ainda existe sobre o tema e que impede muitas pessoas de realizarem o teste rápido, que é outra forma de tentar frear o crescimento de casos. “A pessoa que conhece o seu estado sorológico e utiliza a TARV, passa a ser indefectível, portanto, não contamina outras pessoas”, ressalta.
A TARV é a terapia antirretroviral, um tratamento que combina medicamentos para impedir a multiplicação do HIV no organismo e melhorar a qualidade de vida, reduzindo a mortalidade.
Veja como é a vida de quem tem HIV
Para manter uma vida normal e saudável, mesmo após o diagnóstico do HIV, é essencial manter o tratamento. Gisele Dantas, ativista da causa, convive com o vírus há 31 anos. Nesse tempo, ela já vivenciou diferentes experiências, desde o uso do que ficou conhecido como “coquetel” que reunia vários comprimidos no tratamento, até a evolução das estratégias, que hoje permita à pessoa se tornar “indetectável”. “Antes era bem difícil porque o preconceito era muito grande. As medicações deixavam você muito fraca, sem disposição, com efeitos colaterais. Eu não tomava nem um e nem dois, eram 30 comprimidos por dia para viver. E aí vem a tristeza, o medo de morrer, a depressão”, relata.
A descoberta da doença só veio quando ela teve neurotoxiplasmose, uma infecção grave do sistema nervoso central. “Só descobri porque eu adoeci. Já não era só o HIV. Era Aids, manifestada por uma doença oportunista que me derrubou”, conta. Gisele também passou pela fase da revolta com a situação, certa de que não viveria por muito tempo. “Antes me escondia, achava que a vida era só aquela de tomar remédio. Depois parei de me esconder, saía e até bebia cerveja, ficava sem tomar a medicação porque na minha cabeça já estava com o pé na cova. Em 1993 era a sentença de morte.”
Com o tratamento, que avançou ao longo dos anos, mas que ainda não tinha se tornado menos exaustivo como hoje, Gisele até engravidou e conseguiu dar a luz ao filho sem que ele fosse infectado. Ela seguiu todo o procedimento para proteger a criança que hoje tem 23 anos. Uma amiga decidiu filmar o parto. Foi nessa hora que ela diz ter vivenciado um momento de maior discriminação. “A médica pediu para parar de filmar para ela ir buscar um capacete. Ela se encapou de luva, botou não sei quantos EPIs em cima dela, sem que houvesse necessidade. E meu bebê nasceu, mas não pude amamentar e ele foi para o UTI. É triste porque quando você dar a luz, você quer amamentar”, observa a ativista.
Tribuna do Norte
Cláudio Oliveira
Repórter


