Tratamento do câncer de mama obtém avanços

Novos medicamentos e rastreamento precoce aumentam chances de cura. Foto: Magnus Nascimento

O câncer de mama segue como uma das principais causas de morte entre as mulheres no Brasil, mas avanços tecnológicos e médicos oferecem novas perspectivas de tratamento e cura. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre 2023 e 2025 são estimados 73.610 novos casos de câncer de mama anualmente no Brasil, sendo 1.140 apenas no Rio Grande do Norte. Diante desses números, a medicina de precisão, aliada a estratégias de rastreamento precoce, tem transformado diagnósticos que antes eram temidos em histórias de superação.

Armanda Lima, 48, conhece o impacto do diagnóstico precoce. Em março de 2024, ela recebeu a notícia de que tinha câncer de mama. Acompanhada há mais de 10 anos por uma mastologista e ciente da importância do cuidado devido a um histórico familiar, a paciente encontrou forças no apoio médico e na descoberta em estágio inicial. “Quando li o resultado, fiquei sem chão. Na mesma hora pensei o que ia ser da minha vida, do meu trabalho. Foi tudo ao mesmo tempo”, diz.

No mesmo dia da notícia, Armanda foi atendida por Roberta Jales, médica mastologista especialista no diagnóstico precoce do câncer de mama, responsável por seus atendimentos anuais. O nódulo, por ter poucos milímetros, não conseguiu ser detectado através do toque, necessitando de exames mais profundos. Com a biópsia, Armanda iniciou rapidamente o tratamento com quimioterapia, seguido por cirurgia e radioterapia

“Hoje, os tratamentos estão cada vez mais personalizados e eficazes, com mínimos efeitos colaterais. A evolução da tecnologia permitiu procedimentos menos invasivos e melhores resultados, que não apresentam riscos tão significativos como antigamente”, explica Roberta Jales. Os avanços incluem a utilização de quimioterapias mais direcionadas, radioterapia de alta precisão e terapias-alvo, que atacam diretamente as células tumorais, poupando os tecidos saudáveis.

Uma das principais preocupações das mulheres diante do câncer de mama, assim como foi de Armanda, está relacionada à autoestima com a possibilidade de cirurgias. Com isso, estratégias como a oncoplastia mamária têm permitido, em muitos casos, preservar a estética corporal das pacientes. “Hoje é possível realizar cirurgias conservadoras que garantem resultados e com menor impacto à imagem feminina”, acrescenta Roberta.

O diagnóstico precoce é a chave para o sucesso do tratamento. Segundo Roberta, é essencial que as mulheres comecem a realizar consultas médicas anuais a partir dos 25 anos, quando fatores de risco podem ser identificados e o rastreamento pode ser programado. “Mesmo quem não tem histórico familiar precisa se cuidar”, alerta.

A mamografia é considerada uma das ferramentas mais eficazes no rastreio. Embora o SUS ofereça mamografias gratuitas, a cobertura ainda enfrenta desafios. Dados do INCA, de 2019, revelam que 33,7% das mulheres no Nordeste nunca realizaram o exame, mesmo com o aumento na realização de mamografias para a faixa etária de 50 a 69 anos. No Rio Grande do Norte, o quantitativo era equivalente a 31,6%.

Tribuna do Norte

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