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Economia
27 nov

Haddad destaca uso de paraíso fiscal nos EUA por crime organizado e defende parceria

Haddad destaca uso de paraíso fiscal nos EUA por crime organizado e defende parceria

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (27) que o crime organizado tem utilizado um paraíso fiscal nos Estados Unidos para práticas ilegais de evasão de divisas. Ele defendeu uma cooperação com o governo norte-americano para reforçar as ações contra lavagem de dinheiro.

A declaração ocorreu após uma nova operação que investiga o Grupo Fit, antigo Refit, ligado à refinaria de Manguinhos e ao empresário Ricardo Magro. As autoridades cumpriram mandados de busca e apreensão em 190 locais, onde há suspeitas de crimes como sonegação fiscal, fraude e ocultação de patrimônio.

Haddad relatou que pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, junto ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que o tema seja incluído nas negociações bilaterais com os Estados Unidos.

“Informamos ao presidente Lula da necessidade de abordar o combate ao crime organizado nessas negociações, pois o estado de Delaware, nos EUA, funciona como um paraíso fiscal usado para operações de evasão de divisas e lavagem de dinheiro”, explicou o ministro.

Ele detalhou que a operação envolve uma triangulação internacional, com dezenas de empresas e fundos sendo criados fora do Brasil. Segundo Haddad, o esquema consiste em conceder empréstimos para esses fundos, que provavelmente não serão pagos, e o dinheiro retorna ao país como aplicação “lícita” em atividades econômicas no Brasil, apesar de ter origem ilícita.

Na última operação, foram identificados R$ 1,2 bilhão enviados para fundos em Delaware, que retornaram ao Brasil como investimentos diretos estrangeiros.

O ministro disse que a Polícia Federal realizará ações para recuperar ativos no exterior, criminalizar pessoas fora do Brasil e, se necessário, mobilizar a Interpol.

Além disso, Haddad sugeriu uma colaboração com os Estados Unidos para coibir exportação ilegal de armas e peças para o Brasil.

Ele também reforçou a importância da aprovação no Congresso da lei do devedor contumaz, que classifica como tal quem pratica inadimplência de forma recorrente e intencional. A Receita Federal considera o grupo Refit o maior devedor contumaz do país, com débitos de cerca de R$ 26 bilhões.

Segundo o ministro, o valor devido por esse grupo ao Estado do Rio de Janeiro seria suficiente para custear toda a polícia estadual por um ano.

A operação foi denominada Poço de Lobato, em referência ao primeiro poço de petróleo do Brasil, criado em 1939 no bairro Lobato, em Salvador (BA), época em que o escritor Monteiro Lobato apoiava o desenvolvimento da indústria petrolífera.

O trabalho conjunto envolve a Receita Federal, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, além de órgãos como Ministério Público, Procuradoria e secretarias de Fazenda e Segurança Pública.

Créditos: Folha de S.Paulo

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