mossoro-full-junina
Economia
29 jun

Bancos lançam pacotes não bancários para amenizar queda de receita com tarifas

Bancos lançam pacotes não bancários para amenizar queda de receita com tarifas

Em meio à explosão do Pix, os grandes bancos lançaram nos últimos anos pacotes de serviços não bancários –que vão de streamings a seguros pet, passando por ingressos de cinema e créditos de celular– para amenizar uma perda de bilhões em receitas com tarifas.

Os combos de benefícios, como são chamados pelos bancos, funcionam nos moldes das cestas de tarifas de serviços bancários: suas assinaturas são descontadas mensalmente em conta corrente e reúnem serviços que, individualmente, seriam mais caros.

Como as cestas de tarifas, os combos também são alvo de reclamações em sites de defesa do consumidor, com clientes apontando que passaram a ser cobrados sem anuência. Os bancos afirmam que monitoram a satisfação dos clientes com os pacotes e que estes podem ser cancelados a qualquer momento.

Os pacotes de benefícios foram lançados em um contexto em que as cestas perderam atratividade ao oferecer serviços cada vez mais obsoletos, como transferências via TED, folhas de cheque e saques grátis.

Dados dos balanços dos bancos mostram que, apesar de um aumento de quase 30% no número de clientes, as cinco maiores instituições financeiras perderam R$ 4,6 bilhões em receitas com conta corrente desde a pandemia.

Em 2019, os cinco maiores bancos somados registraram R$ 32,9 bilhões com essas receitas, montante que caiu a R$ 29,3 bilhões em 2024.Os combos de serviços não bancários ajudam a compensar uma parte dessa queda.

No seu último balanço anual, o Itaú Unibanco apontou que teve menos receitas com tarifas de conta corrente, que foram “parcialmente compensadas por maiores receitas com a nossa oferta do pacote de benefícios para correntistas Combinaqui”.

O combo do Itaú cobra entre R$ 16 e R$ 47 mensais, dependendo do conjunto de serviços do pacote escolhido. Estes podem variar entre acesso ao streaming de música Deezer, crédito para celular, assistência saúde, residencial, automóveis e seguro celular, entre outros.

No caso do Clube de Benefícios, do Banco do Brasil, os combos variam entre R$ 29,90 e R$ 99 por mês. O pacote mais caro inclui atendimento por telemedicina, desconto em medicamentos em redes de farmácia, a chance de concorrer a um prêmio através de sorteio e assistência pet.

O banco público, que é o único que detalha os resultados com esse tipo de pacote, registrou uma receita de R$ 990 milhões com o Clube de Benefícios de 2023 até o primeiro trimestre deste ano, montante próximo da perda de R$ 1,1 bilhão da instituição financeira com serviços de conta corrente entre 2019 e 2024.

Outro exemplo é o Combo Santander+, que cobra entre R$ 29,90 e R$ 69,90 mensais por combos que podem incluir assistências para casa, automóveis, saúde e animais de estimação e o serviço de streaming Globoplay, entre outros.

Já a Caixa lançou o Clube Caixa, com valores entre R$ 29,90 e R$ 79,90 por mês, em que o cliente escolhe pacotes que incluem ingressos de cinema, crédito para compra de pizza, acesso ao streaming Watch/Paramount+ e curso online de inglês.

Economia ao Minuto

Lojão do Real

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WhatsApp