Assassinatos no RN seguem abaixo dos picos históricos, apesar de alta pontual em 2025
O Rio Grande do Norte chegou ao mês de novembro de 2025 com 784 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), número que, apesar de representar um crescimento pontual em relação a 2024, segue muito abaixo dos patamares registrados nos anos mais críticos da violência no estado. Na comparação com 2015, a redução é de 45,97%, e chega a 62,29% em relação a 2017, ano mais violento da história potiguar.
Os dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) mostram que, ao longo da última década, o RN conseguiu reduzir de forma consistente os índices de violência letal. Em 2017, por exemplo, foram contabilizadas 2.272 mortes violentas, quase três vezes mais do que o total registrado até novembro deste ano.
Atualmente, o estado registra uma média de duas mortes por dia e uma taxa de 24,75 CVLIs por 100 mil habitantes. Embora esse índice esteja acima da média nacional, que é de 15,96, o RN segue abaixo da média do Nordeste, que é de 27,01 mortes por 100 mil habitantes.
Entre janeiro e novembro de 2025, houve um aumento de 14,45% no total de mortes violentas em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, o comparativo histórico reforça que os números atuais permanecem em um patamar significativamente mais controlado do que o observado na década passada.
Quedas expressivas em crimes específicos
Alguns indicadores chamam atenção pelo desempenho positivo. Os latrocínios seguem em queda e podem fechar 2025 com o menor número da série histórica. Até novembro, foram registrados 16 casos, redução de 23,81% em relação ao mesmo período de 2024, quando houve 23 ocorrências.
Outro dado relevante é a forte redução nas lesões corporais seguidas de morte. Foram 11 registros em 2025, uma queda de 84,06% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Na comparação com 2017, quando houve 255 casos, a redução chega a 95,69%, indicando um controle expressivo desse tipo de crime.
Os feminicídios, embora tenham apresentado leve crescimento em relação a 2024, seguem muito abaixo dos picos registrados em 2015 e 2016. Em 2025, foram 19 vítimas até novembro, número 45,71% menor do que o registrado nos anos mais críticos.
Já os homicídios dolosos somaram 738 vítimas até novembro, crescimento em relação a 2024, mas ainda com redução de 40,82% frente a 2015 e de 57,17% quando comparados a 2017.
Violência concentrada e avanço no interior
Os dados também apontam que os CVLIs seguem concentrados em áreas urbanas mais populosas, especialmente na Grande Natal. A capital lidera o ranking, com 135 ocorrências, seguida por Mossoró, com 74. Municípios da região metropolitana aparecem na sequência.
Por outro lado, 52 cidades potiguares não registraram nenhum homicídio doloso, latrocínio, feminicídio ou lesão corporal seguida de morte entre janeiro e novembro de 2025. Entre elas estão Parelhas, Jucurutu, Lagoa Nova, Serra do Mel, Acari, Cerro Corá e Santana do Matos, o que reforça o avanço do controle da violência em grande parte do interior do estado.
Os números reforçam que, apesar de oscilações pontuais, o Rio Grande do Norte mantém, ao longo dos últimos anos, um patamar de violência significativamente inferior ao vivido na década passada, com quedas históricas em diversos tipos de crimes letais.
Mais números da violência no RN*
(comparativo 2025 x 2024)
Quedas registradas
Estupros de vulneráveis: −27,98%
(659 em 2025 | 915 em 2024)
Estupros: −4,09%
(258 em 2025 | 269 em 2024)
Oscilações moderadas
Suicídios: +2,55%
(281 em 2025 | 274 em 2024)
Mortes no trânsito: +5,30%
(497 em 2025 | 472 em 2024)
Tentativa de feminicídio: +9,84%
(67 em 2025 | 61 em 2024)
Altas que seguem em monitoramento
Mortes a esclarecer (sem indícios de crime): +14,41%
(548 em 2025 | 479 em 2024)
Tentativa de homicídio: +15,34%
(579 em 2025 | 502 em 2024)
Mortes por intervenção policial: +57,69%
(123 em 2025 | 78 em 2024)
*Dados oficiais – comparação de janeiro a novembro.
Total de vítimas no RN**
3.796 em 2025
3.735 em 2024
+1,63%
Fonte: Sinesp
De janeiro a novembro de cada ano
Soma dos estupros, estupros de vulnerável, feminicídios, homicídios dolosos, tentativas de feminicídio, tentativas de homicídio, mortes por intervenção policial, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte, mortes a esclarecer sem indícios de crime, mortes no trânsito e suicídio.
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