
A alta do cacau em todo o Brasil e o consequente aumento no preço dos chocolates têm feito com que vendedores, empresários e lojistas freiem as expectativas de crescimento das vendas de produtos durante o período da páscoa, previsto para daqui a um mês. No caso da Associação dos Supermercadistas do Rio Grande do Norte (Assurn), a expectativa é de pelo menos manter o volume de vendas de 2024. Estimativas da Associação Brasileira da Indústria Alimentar (Abia) apontam que a alta de 189% no preço do cacau nos últimos 12 meses impactará o preço do item.
“Sempre estamos otimistas, porque é o segundo maior período de vendas, a sazonalidade da Páscoa, embora tenhamos enfrentado uma inflação também nos produtos relativos à Páscoa, principalmente carregados pelos chocolates. Em 12 meses, o cacau teve mais de 180% de aumento acumulado. Isso vem encarecendo bastante, principalmente os mais elaborados, que são os ovos de Páscoa”, explica o presidente da Assurn, Gilvan Mykelison.
“Ainda temos os licenciados, que pagam direitos autorais de personagens, que vêm com brinquedos,tudo isso fica caro ao consumidor, que tem perdido o poder de compra devido à alta inflação dos alimentos. Isso vai dificultar o acesso a esses produtos ainda mais caros. Então, esperamos pelo menos manter o número de vendas do ano passado”, acrescenta Mykelison.
Há casos que se destacam, como o do pequeno empresário Osias Evangelista Silva, que espera um aumento de 15% nas vendas em seu quiosque. Franqueado da Cacau Show há dois anos com três lojas, ele cita que está otimista para as vendas de chocolates neste ano.
“Esse ano estamos com uma ideia de crescimento em média de 15%. A marca Cacau Show nos sugere um crescimento de 30%, mas acho muito otimista para o cenário que vivemos hoje. Então, fiz um pedido baseado no crescimento de 2024 e esperamos zerar”, cita o empresário. Mesmo com os preços altos em relação ao cacau, Osias considera que os preços estão mais acessíveis em relação a outras marcas.
Quem já garantiu o ovo de Páscoa esse ano foi a bartender Saionara Silva, 42 anos, que está em Natal passando férias. “Já comprei ovo de Páscoa pra mim. Comprei seis. Os preços dos supermercados estão mais salgados. Pesquiso muito antes de comprar” disse.
Na avaliação de José Lucena, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL Natal), o movimento nas vendas do comércio da capital será “moderado”, mas, ainda assim, “positivo”.
Tribuna do Norte